sábado, 28 de janeiro de 2012

Assim caminha a humanidade.

Todo ano naquele mesmo dia ia até o farol. Nao queria, mas sentia a necessidade, sentia-se flutuando enquanto seu corpo o levava até a beira da praia e subia os mais de 200 degraus até chegar no topo. Sentou-se no chão, deixou as pernas balançarem para fora - em direção ao chão e sentiu o vento batendo em seu rosto, trazendo junto lembranças que ele recusava pensar. Respirou fundo e deixou-se levar a cinco anos atras, quando tinha 20 anos de idade.
Era uma noite nublada de julho quando ele recebeu aquele bilhete no bar. As letras em sua frente dançavam no ritmo da banda que tocava ali, porém conseguiu ler um nome: Nyx. Riu consigo mesmo, afinal o que ela queria após tantos meses sumida? Uns dizem que enlouqueceu e foi morar na fazenda dos avós, outros dizem que conheceu um homem e fugiu com ele. Theo não se importava, odiava-a por ter quebrado seu coração, mas ainda assim queria ouvir a explicação que ela o daria.
- Theodoro, mais uma dose?
- A ultima, depois tenho uma tarefa importante a cumprir. E nunca mais me chame assim
A faria sentir o mesmo que ele.
Nunca havia sido tão difícil subir aquelas escadas. Certo tempo atrás corria atras de Nyx ali mesmo, ansiando estar no topo para sentir a pele dela em cpntato com a dele. Aquela maldita que ele ainda amava.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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Tinha todas as cartas na mão agora, mas não conhecia esse jogo, não sabia como reagir, não sabia o que fazer. Após passar por tudo aquilo, o momento mais difícil era esse, o momento de decidir o que seria dela a partir de agora. Mas não podia decidir! Tinha só 17 anos, ainda ria vendo desenho. Como poderia tomar a decisão que regeria sua vida dali à diante? Aquilo estava consumindo todo o tipo de energia que ainda poderia sobrar nela, as dores eram cada vez mais constantes assim como as lágrimas. Após passar uma vida inteira sabendo o que fazer pensava que o gostinho de algo diferente seria bom. Mas não é. Ao menos não por enquanto. Ela só deseja dormir em paz a noite.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Orgulho

O amanhecer na praia era algo que sempre revigorava Alice. Ha de se imaginar que o amanhecer na praia no ano novo iria deixa-la em êxito, mas não foi bem assim. Sentada na areia com uma garrafa de whisky pela metade e confusa ela viu o sol aparecer, colorindo a água e o céu e laranja e vermelho.Uma lágrima correu por seu olho enquanto se deitava e olhava para cima, para o céu, porém viu o rosto dele.
A: O que tu quer Pedro?
Pedro sentou-se do lado dela.
P: Vim ver como tu tava. Depois que te vi comprando essa garrafa notei que algo poderia estar acontecendo.
A: Não vou tirar teu tempo com a minha bobagem, pode voltar pra tua vadiazinha.
P: Ela não é.... Por que tu faz isso, Alice? Por que tu tem que afetar todo mundo com a tua auto-destruição?
A: Eu não seria auto-destrutiva se tu não tivesse sido um idiota comigo.
P: Em momento algum eu fui um idiota contigo. Por favor, não fala assim...
A: Assim como, Pedro?
P: Desse jeito, como se eu tivesse destruído tua vida.
A: Foi isso que tu fez! Tu me largou no momento mais difícil que já tive que enfrentar, no pior ano da minha existência! Tu quer que eu te considere meu amiguinho fofo AGORA?
P: Eu não tinha como te dar forças e ter força também. Precisei pensar na minha sanidade também.
A: Eu... Nã... Meu D... Não acredito... Que... Tu... Tá... Virando... Isso... Contra... Mim... Tu me estressa sabia? Estando comigo ou não.
P: Eu te estresso?! Por favor Alice! Tu tem noção quantas vezes teu pai me ligou atrás de ti DEPOIS que terminamos? Quantas vezes  EU fui te procurar pelos bares dessa cidade?
A unica coisa que ela conseguiu fazer foi pegar sua garrafa e sair dali. Não tinha argumentos contra isso e não iria perder na discussão.
P: Tu sabe Alice. Tu não te perdeu tanto assim - ele gritou.
Alice se virou e andou na direção dele, apontando o dedo indicador.
A: Seu... Seu...
P: Seu o que, Alice? Fala!
Então ela o beijou. Saboreou-o. Tocou-o.
A: Seu puto desgraçado, eu nunca deixei de te amar. Nunca parei de pensar em ti, nem no momento que minha mãe estava no leito de morte. É por isso que eu te odeio. É por isso que eu bebo, que eu saio toda a noite. Preciso te esquecer, preciso pensar na MINHA sanidade. Feliz?
Ela saiu andando novamente, ignorando os pedidos de Pedro para que ela voltasse, ignorando todas as promessas que ele fazia, ignorando o futuro que teriam juntos, só pensando em seu orgulho.