quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aquele da mesma história

Todo fim de semana era a mesma história, mesma festa, com as mesmas pessoas, no mesmo lugar, com a mesma briga.
C: Te amo.
S: Não faz isso comigo.
C: Por quê?
S: Tu sabe.
C: Não sei não. Fala.
S: Não vou falar. Tu sabe o que é.
C: Repito. Não sei não. Fala.
S: Tu me conhece mais que todos. Caso tu não saiba o que é, tu tem uma grande capacidade de acertar.
C: Poxa. Como vou arrancar isso de ti? Vou ter que usar meus poderes de sedução?
S: Cala a boca. Não to afim de brincadeira. Não acredito que tu é tão centrada em si mesma que não nota.
C: Então me fala.
S: Não.
C: Fala.
S: Não.
C: Fala.
S: Tá! Eu falo.
C: ....
S: ....
C: E aí?
S: Calma. To pensando como te falar.
C: ...
S: ...
C: ...
S: Ok. Nós nunca daremos certo. Primeiro por que eu não sou um “material namorável” e segundo por que eu não to nessa pra namorar pessoas como tu.
C: Como assim? Toda essa pessoa que tu aparenta é uma farsa? Tu só quer o lado bom da coisa? Tu me decepcionou Sophia, como ninguém nunca fez.
S: Para com isso! Desde o inicio tu sabia que eu era assim. Sempre te falei que não queria me envolver. Sinto muito que tu tenha descoberto assim, Cecília.
Com isso, Sophia voltou para a festa.
Essas festas... Sempre as mesmas histórias, sempre a mesma coisa.

domingo, 6 de novembro de 2011

Onde eu moro?

Era uma vez um pequeno cachorrinho que saiu para passear. Andou tanto, mas tanto que se perdeu.
- Onde eu moro? - perguntava-se, não obtendo nenhuma resposta.
Caminhou até que encontrou uma coruja numa árvore:
- Onde eu moro? - perguntou.
- Não é aqui, cachorrinho! - disse a sábia coruja.
Ele ficou triste, afinal já deveriam estar dando falta dele, além de querer chegar logo em seu lar. Caminhou mais um pouco e viu um gato atrás de um arbusto:
- Onde eu moro? - perguntou.
- Aqui moro só eu, cachorro maldito! - respondeu rispidamente o gato.
Que rude!, pensou o cachorrinho, Sabia que gatos não gostavam de nós, mas não imaginava que era assim.
Após andar quilômetros, desistiu.
- Será que eu moro em algum lugar? - disse para si, sentando-se em uma pedra - ou tudo isso é apenas um delírio meu? Estaria eu agora agoniando entre a vida e a morte, e minha mente tentando me entreter com problemas casuais? "Onde eu moro?" HÁ. Que tolice. A verdadeira pergunta que devo fazer a mim mesmo é "Quem diabos eu sou?" ou "O que diabos farei da minha vida?". Morar em algum lugar é o menor dos meus problemas.
Com isso, o pequeno cachorrinho foi em direção a Taberna.

Em homenagem a Carol e ao célebre livro Onde eu moro?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

tudo o que sempre quis te falar mas nunca tive coragem

Foi por ti que comecei a escrever. Não tinha mais nenhuma saída além de passar horas chorando por tua causa. As letras, palavras, contos e poesias me acolheram, me senti uma filha que a casa torna após tanto tempo. Não sei se te devo algum agradecimento, afinal tu me fez sofrer um bocado, e nem tinha noção: todas aquelas vezes que eu falava "fica com ela, ela parece ser legal" era pura mentira, queria que tu ficasse ali sentado comigo no meio fio da calçada falando sobre nada; quando chegava em aula cabisbaixa e com os olhos inchados e tu me perguntava o que houve, e eu falava que havia brigado com minha família, era pura mentira.
Não quero fazer disso aqui um pequeno confessionário, mas é impossível terminar esse ano e eu não te falar nada. Não te amo mais como antigamente, não sinto necessidade de uma dose diária tua. Ainda penso em ti, claro, afinal fostes meu primeiro amor. Fostes, por muito tempo, o que me segurou aqui. Mas não é mais o que era a alguns anos atrás. Me curei do melhor mal que já pode ter caído sobre mim, que foi tu.
três de novembro de 2011

sábado, 22 de outubro de 2011

espelho II

Hoje só penso em deitar a cabeça no travesseiro e processar aquele mesmo sonho de novo e de novo, onde estamos só eu e você, olhando um no olho do outro, e nada mais. Nada de preocupações, escola, vestibular, vida. Só o par dos mais belos olhos que já vi.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Espelho

Todo dia quando deita mancha o travesseiro
com as lágrimas sujas de saudade,
daquilo que nunca vai viver,
da melancolia ao pensar naquele
que sempre a pertenceu,
mas nunca esteve a seu lado.
Chora a espera dele,
espera que apareça na porta
e diga olá, com uma rosa na mão
e uma proposta de vida nova
no coração,
com tudo aquilo que ela sempre sonhou.
Acorda para participar de um presente lesado,
onde passa mais tempo sonhando
com o platônico da vida
que na sua real,
destruindo com uma
e reciclando a outra.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Untitled

Gosto de dias assim,
que dá pra sair e caminhar
tomando um vento frio na cara,
nos fazendo para a vida acordar,
nos fazendo pensar.

Passar pela tua casa e
segurar o choro,
ignorar a vontade de entrar,
e "te amo", gritar.

Segurar o orgulho, levantar a cabeça,
pra curar o o coração
que não aguenta mais sofrer
nas tuas mãos
na tua boca
pelo teu orgulho
que me soca a alma
como um punho.

Fazer rimas não adianta mais
a musica não ajuda.
A única coisa que resta
é essa alma em pedaços,
fria como colunas de aço,
agindo como uma besta
para a grande dor esquecer
e o corpo tentar aquecer.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aquele do texto simples sobre o simples amor

Todo dia era a mesma coisa. Acordavam e ele levava café na cama para ela. Café preto, sem açúcar. Enquanto ele tomava banho, ela assistia as notícias do dia anterior no jornal matinal. Quando ela ouvia o chuveiro sendo desligado, corria para a cozinha e preparava um café para ele. Café com leite, com açúcar. Esperava ele aparecer na cozinha trajado de camisa e gravata para depois dar-lhe um beijo e despedir-se. Ele ia trabalhar, enquanto ela se arrumava e rumava para o jornal. Se ligavam todo dia às onze horas e combinavam onde almoçar. Almoçavam e cada um voltava para seu trabalho, sem antes dar mais um beijo de despedida. Voltavam a se ver só pela noite, quando deitavam na cama e faziam amor. Ela pegava um cigarro e ele uma cerveja, e conversavam sobre tudo. Todo dia era a mesma coisa, esse simples amor.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Malditos Duendes

Duendes são uns desgraçados, né? Eles pensam que podem vir no teu quarto e roubar teus isqueiros, e ainda gozam da tua cara quando tu tem que usar o fósforo pra acender o cigarro. Chegam no recinto se achando só por causa do cabelo ruivo, da touca verde, dos sapatos e orelhas pontudos (as), segurando o cesto de coisas roubadas - eles juram que "achado não é roubado". Pior ainda. Eles pensam que podem te conquistar, como se não quisessem nada, e depois nem dar bola. Eles te assustam enquanto tu tenta dormir, só pra que tu fiquei feito um zumbi no dia seguinte. E ainda juram que unicórnios não existem, mesmo eles tendo uma fazenda deles. Duendes são uns desgraçados né? Te cativam e depois não se importam contigo. Duendes existem só para te causar milhares de epifanias sobre o mundo.

Duendes são uns desgraçados, né?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Aquele do Efeito Borboleta

Sophia encarava as estrelas que havia pintado no teto de seu quarto enquanto se preparava para tentar começar mais um dia. Respirou fundo e finalmente levantou-se e acionou seu “automático” de todo dia: banho, café, escovar os dentes, uniforme, café, escola. Após um ano seu estado não mudou. Como já estava atrasada, pensou, iria a pé para a escola, para deixar o vento gélido e gostoso do inverno bater na cara e clarear as idéias. Já na rua, colocou os fones com o mais que habitual Iron Maiden no volume máximo e enormes óculos de sol, e começou a atravessar a cidade em direção ao reduto das piores memórias que tinha em sua cabeça.  Pegou o caminho mais longo justamente para sofrer mais um pouco e passar na frente dos restos da casa incendiada na qual passou seus melhores momentos. E ali estancou, ouvindo o clichê Last Kiss – música que seria a melhor trilha sonora para a cena caso sua vida fosse um filme. Olhou para a rua, a qual estava deserta e pensou se poderia ficar pior que já está. Concluiu que não. Entrou em meio aos restos do que já fora um lar, uma estúpida quantidade de lixo e até roupas de prováveis moradores de rua. Dane-se, eu vou terminar algo na minha vida, pensou. Chegando onde já havia sido um quarto, sentou numa pilha enorme de entulhos e pegou o antigo e surrado diário na mochila, folheando até o dia 28 de agosto do ano anterior. Respirou fundo, sabendo das possíveis conseqüências do que faria. Riu consigo mesma, afinal precisava tentar novamente após tantas falhas. Começou a ler o que estava escrito:

                Estou de saída para casa do Théo, realmente não sei o que esperar sobre esta noite....

Bastou ler o nome que as próximas letras já ficaram embaralhadas, ela começou a tremer e tudo começou a mudar. Já acostumada com essa parte, Sophia apenas se deixou levar por essa pequena viagem metafísica de fato. Tudo ficou escuro por alguns segundos e de repente se viu em 2010 em um quarto a luz de velas e aquele que ela sempre amou. A urgência tomou conta de sua mente, mas seu corpo agiu como se não soubesse de sua missão. Atirou-se na direção dos 1,80m dele e se deixou levar. Após beijos e carícias, abriu os olhos, e viu em sua visão periférica o fogo da vela.  Anda, vamos caminhar, disse ela fingindo estar calma; prefiro continuar isso, disse ele sorrindo; não, eu quero caminhar, insistiu ela, juro que depois te recompenso, sorriu insegura; ele bufou mas concordou. A mais de cinco quadras da casa, não viram quando ela sucumbiu em chamas; a mais de mil quilômetros de distância, sonhando alto, não viram o carro se aproximando e ali tiveram seu fim. Mútuo, já na 3ª ou 4ª tentativa, não se sabia muito bem. As lápides estão lado a lado hoje. Os pais de ambos hoje são deprimidos, e daí.  A Sophia de 2011 - já egoísta por conta de tudo que havia passado - não existe, mas mesmo assim é possível dizer que está mais feliz onde está do que antes. É melhor morrer de verdade, atropelada e desfigurada por um carro, que morrer  pouco a pouco internamente certo? É até mais saudável.

domingo, 4 de setembro de 2011

apresentações

enfim.. sou péssima com apresentações ou qualquer outra coisa que implique falar de mim mesma.


Érica Barros (com acento e "C"), sagitariana do dia 8 de dezembro de 94. Estudante penando para terminar o ensino médio e passar em alguma boa faculdade de Jornalismo e/ou Cinema e AudioVisual e/ou Moda e/ou Publicidade e Propaganda e/ou Fotografia e/ou História e/ou Psicologia e/ou Desing Grafico e/ou Arquitetura e Urbanismo. Sou indecisa, impulsiva, chata, perfeccionista e tenho pavio curto. Mas também sou risonha, irônica, facilmente emocionável e descontraída (menos quando estou de tpm ou pela manhã).
Amo e pretendo seguir a área da fotografia – uma das únicas coisas que eu julgo que faço bem – e escrever – seja noticiando ou artisticamente e moda. Sonho em publicar um livro, o qual já comecei, e em viajar todo o mundo. Viciada em ler, café, séries, filmes, esmaltes e maquiagem.

Sobre escrever? Bem... desde meus 13 anos (após decepções amorosas) tenho a mania de expor o que sinto em contos, com personagens idealizados (Sophia ou Cecília rs) ou fazer poeminhas um tanto quanto mórbidos. Sempre que tenho bloqueios, escrevo sobre eles (algo que considero estranho). Além de escrever, as fotografias que tiro falam por mim as vezes.