terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aquele do texto simples sobre o simples amor

Todo dia era a mesma coisa. Acordavam e ele levava café na cama para ela. Café preto, sem açúcar. Enquanto ele tomava banho, ela assistia as notícias do dia anterior no jornal matinal. Quando ela ouvia o chuveiro sendo desligado, corria para a cozinha e preparava um café para ele. Café com leite, com açúcar. Esperava ele aparecer na cozinha trajado de camisa e gravata para depois dar-lhe um beijo e despedir-se. Ele ia trabalhar, enquanto ela se arrumava e rumava para o jornal. Se ligavam todo dia às onze horas e combinavam onde almoçar. Almoçavam e cada um voltava para seu trabalho, sem antes dar mais um beijo de despedida. Voltavam a se ver só pela noite, quando deitavam na cama e faziam amor. Ela pegava um cigarro e ele uma cerveja, e conversavam sobre tudo. Todo dia era a mesma coisa, esse simples amor.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Malditos Duendes

Duendes são uns desgraçados, né? Eles pensam que podem vir no teu quarto e roubar teus isqueiros, e ainda gozam da tua cara quando tu tem que usar o fósforo pra acender o cigarro. Chegam no recinto se achando só por causa do cabelo ruivo, da touca verde, dos sapatos e orelhas pontudos (as), segurando o cesto de coisas roubadas - eles juram que "achado não é roubado". Pior ainda. Eles pensam que podem te conquistar, como se não quisessem nada, e depois nem dar bola. Eles te assustam enquanto tu tenta dormir, só pra que tu fiquei feito um zumbi no dia seguinte. E ainda juram que unicórnios não existem, mesmo eles tendo uma fazenda deles. Duendes são uns desgraçados né? Te cativam e depois não se importam contigo. Duendes existem só para te causar milhares de epifanias sobre o mundo.

Duendes são uns desgraçados, né?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Aquele do Efeito Borboleta

Sophia encarava as estrelas que havia pintado no teto de seu quarto enquanto se preparava para tentar começar mais um dia. Respirou fundo e finalmente levantou-se e acionou seu “automático” de todo dia: banho, café, escovar os dentes, uniforme, café, escola. Após um ano seu estado não mudou. Como já estava atrasada, pensou, iria a pé para a escola, para deixar o vento gélido e gostoso do inverno bater na cara e clarear as idéias. Já na rua, colocou os fones com o mais que habitual Iron Maiden no volume máximo e enormes óculos de sol, e começou a atravessar a cidade em direção ao reduto das piores memórias que tinha em sua cabeça.  Pegou o caminho mais longo justamente para sofrer mais um pouco e passar na frente dos restos da casa incendiada na qual passou seus melhores momentos. E ali estancou, ouvindo o clichê Last Kiss – música que seria a melhor trilha sonora para a cena caso sua vida fosse um filme. Olhou para a rua, a qual estava deserta e pensou se poderia ficar pior que já está. Concluiu que não. Entrou em meio aos restos do que já fora um lar, uma estúpida quantidade de lixo e até roupas de prováveis moradores de rua. Dane-se, eu vou terminar algo na minha vida, pensou. Chegando onde já havia sido um quarto, sentou numa pilha enorme de entulhos e pegou o antigo e surrado diário na mochila, folheando até o dia 28 de agosto do ano anterior. Respirou fundo, sabendo das possíveis conseqüências do que faria. Riu consigo mesma, afinal precisava tentar novamente após tantas falhas. Começou a ler o que estava escrito:

                Estou de saída para casa do Théo, realmente não sei o que esperar sobre esta noite....

Bastou ler o nome que as próximas letras já ficaram embaralhadas, ela começou a tremer e tudo começou a mudar. Já acostumada com essa parte, Sophia apenas se deixou levar por essa pequena viagem metafísica de fato. Tudo ficou escuro por alguns segundos e de repente se viu em 2010 em um quarto a luz de velas e aquele que ela sempre amou. A urgência tomou conta de sua mente, mas seu corpo agiu como se não soubesse de sua missão. Atirou-se na direção dos 1,80m dele e se deixou levar. Após beijos e carícias, abriu os olhos, e viu em sua visão periférica o fogo da vela.  Anda, vamos caminhar, disse ela fingindo estar calma; prefiro continuar isso, disse ele sorrindo; não, eu quero caminhar, insistiu ela, juro que depois te recompenso, sorriu insegura; ele bufou mas concordou. A mais de cinco quadras da casa, não viram quando ela sucumbiu em chamas; a mais de mil quilômetros de distância, sonhando alto, não viram o carro se aproximando e ali tiveram seu fim. Mútuo, já na 3ª ou 4ª tentativa, não se sabia muito bem. As lápides estão lado a lado hoje. Os pais de ambos hoje são deprimidos, e daí.  A Sophia de 2011 - já egoísta por conta de tudo que havia passado - não existe, mas mesmo assim é possível dizer que está mais feliz onde está do que antes. É melhor morrer de verdade, atropelada e desfigurada por um carro, que morrer  pouco a pouco internamente certo? É até mais saudável.

domingo, 4 de setembro de 2011

apresentações

enfim.. sou péssima com apresentações ou qualquer outra coisa que implique falar de mim mesma.


Érica Barros (com acento e "C"), sagitariana do dia 8 de dezembro de 94. Estudante penando para terminar o ensino médio e passar em alguma boa faculdade de Jornalismo e/ou Cinema e AudioVisual e/ou Moda e/ou Publicidade e Propaganda e/ou Fotografia e/ou História e/ou Psicologia e/ou Desing Grafico e/ou Arquitetura e Urbanismo. Sou indecisa, impulsiva, chata, perfeccionista e tenho pavio curto. Mas também sou risonha, irônica, facilmente emocionável e descontraída (menos quando estou de tpm ou pela manhã).
Amo e pretendo seguir a área da fotografia – uma das únicas coisas que eu julgo que faço bem – e escrever – seja noticiando ou artisticamente e moda. Sonho em publicar um livro, o qual já comecei, e em viajar todo o mundo. Viciada em ler, café, séries, filmes, esmaltes e maquiagem.

Sobre escrever? Bem... desde meus 13 anos (após decepções amorosas) tenho a mania de expor o que sinto em contos, com personagens idealizados (Sophia ou Cecília rs) ou fazer poeminhas um tanto quanto mórbidos. Sempre que tenho bloqueios, escrevo sobre eles (algo que considero estranho). Além de escrever, as fotografias que tiro falam por mim as vezes.