segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Orgulho

O amanhecer na praia era algo que sempre revigorava Alice. Ha de se imaginar que o amanhecer na praia no ano novo iria deixa-la em êxito, mas não foi bem assim. Sentada na areia com uma garrafa de whisky pela metade e confusa ela viu o sol aparecer, colorindo a água e o céu e laranja e vermelho.Uma lágrima correu por seu olho enquanto se deitava e olhava para cima, para o céu, porém viu o rosto dele.
A: O que tu quer Pedro?
Pedro sentou-se do lado dela.
P: Vim ver como tu tava. Depois que te vi comprando essa garrafa notei que algo poderia estar acontecendo.
A: Não vou tirar teu tempo com a minha bobagem, pode voltar pra tua vadiazinha.
P: Ela não é.... Por que tu faz isso, Alice? Por que tu tem que afetar todo mundo com a tua auto-destruição?
A: Eu não seria auto-destrutiva se tu não tivesse sido um idiota comigo.
P: Em momento algum eu fui um idiota contigo. Por favor, não fala assim...
A: Assim como, Pedro?
P: Desse jeito, como se eu tivesse destruído tua vida.
A: Foi isso que tu fez! Tu me largou no momento mais difícil que já tive que enfrentar, no pior ano da minha existência! Tu quer que eu te considere meu amiguinho fofo AGORA?
P: Eu não tinha como te dar forças e ter força também. Precisei pensar na minha sanidade também.
A: Eu... Nã... Meu D... Não acredito... Que... Tu... Tá... Virando... Isso... Contra... Mim... Tu me estressa sabia? Estando comigo ou não.
P: Eu te estresso?! Por favor Alice! Tu tem noção quantas vezes teu pai me ligou atrás de ti DEPOIS que terminamos? Quantas vezes  EU fui te procurar pelos bares dessa cidade?
A unica coisa que ela conseguiu fazer foi pegar sua garrafa e sair dali. Não tinha argumentos contra isso e não iria perder na discussão.
P: Tu sabe Alice. Tu não te perdeu tanto assim - ele gritou.
Alice se virou e andou na direção dele, apontando o dedo indicador.
A: Seu... Seu...
P: Seu o que, Alice? Fala!
Então ela o beijou. Saboreou-o. Tocou-o.
A: Seu puto desgraçado, eu nunca deixei de te amar. Nunca parei de pensar em ti, nem no momento que minha mãe estava no leito de morte. É por isso que eu te odeio. É por isso que eu bebo, que eu saio toda a noite. Preciso te esquecer, preciso pensar na MINHA sanidade. Feliz?
Ela saiu andando novamente, ignorando os pedidos de Pedro para que ela voltasse, ignorando todas as promessas que ele fazia, ignorando o futuro que teriam juntos, só pensando em seu orgulho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário